Entre muitas saiu Marinhais

24 de Agosto o dia maravilhoso do regresso ao trabalho. Depois de 3 semanas de férias retorno ao grande pulmão da poluição, Lisboa. Tenho a sorte de morar numa zona calma e de ar puro mas por razões profissionais desloco-me todos os dias 70 Km até Lisboa e mais 70 Km de regresso. Dirão vocês..."grande maluco"...
No inicio sim, pensei que iria vos dar razão mas posso afirmar hoje que foi o melhor. Sou por natureza uma pessoa que gosta de sossego e não podia ter dado melhor passo, arriscado bem sei, mas de uma enorme vontade. Pelo contrário não sou nada sedentário e gosto de trabalhar de ser desafiado no dia a dia. Compreendo que morar perto do trabalho é uma das razões que leva a uma maior concentração populacional perto das cidades e logo um elevado preço das habitações. Mas voltando ao sedentarismo, reparo que há quem rompe com esse laço cada vez mais, levando a uma maior procura habitacional mais barata mas com melhor condição de vida. Há ainda o importante factor familiar que impede esse paço, as famílias são como raízes que alimentam as árvores e se mudadas de sitio podem morrer, basta então saber como e para onde se mudam. Uma árvore que mudou de lugar não é impeditivo de não dar fruto e por vezes essa árvore vai crescer e dar melhor vista nessa nova morada. A meu ver as distâncias a seu tempo podem criar buracos no autoestrada familiar e na via rápida da amizade não sendo impeditivo de ser transitada por bons condutores. Mas a mesma distância também trás a velha saudade e essa para mim é a maior alavanca de uma amizade. As amizades como nós têm de respirar e têm de ter os seus momentos de calma. Todas as amizades têm os seus momentos mais fracos mas ai é que está, a amizade tem um fenómeno igual ás árvores, quando regadas e adubadas crescem de novo saudáveis. Quanto a mim a distância fez-me olhar seriamente para o seio familiar, ver que o mais importante é sermos felizes e se do outro lado houver essa compreensão então realmente há sintonia.

Eu estou feliz. És meu amigo?...