Bolas...que chata a minha mulher...

Ao fim de 23 textos já escritos e de tantas reclamações vindas de casa, chega a hora de dedicar um aos meus cães...ups, à minha mulher. Diz ela para mim...
- Tens tanto jeito para escrever e nunca escreves nada sobre mim.
- Um dia, um dia dou-te um livro dedicado a ti.
- Juras? Vais escrever um livro para mim?
- Não. Vou dar-te um livro.
- Mas vais comprar?
- Achas? Vou ver se me dão lá no trabalho...um de receitas serve?

Os dias vão passando e hoje enfim lá vai o não livro mas sim um texto.
A miúda que vos falo a seguir é conhecida como Vera ou Susana e já conta com...ora tenho mais 3 anos que ela, 34 menos 3... tem 31 anos e mãe da minha filha Daniela. É uma jovem bem apresentada muito boa dona de casa e uma excelente esposa e melhor ainda...Mãe. Estamos casados desde o dia 4 de Novembro de 2000 e pais desde 15 Junho 2002. Posso dizer que até hoje o saldo tem sido bastante positivo. Positivo?...pronto ok... Excelente +++.
Como todos os casamentos têm altos e baixos o nosso passou por esse baixio à uns 3 anos e vai de encontro ao que escrevi ontem, morávamos num apartamento e precisava do meu espaço, do meu sossego. A nossa infância tinha sido em moradia e foi difícil depois de7 anos de apartamento, mais propriamente para mim. Caso resolvido em 2008 quando nos mudámos para a morada actual e onde tudo muda. A nossa vida, os nossos momentos regressam ao tempo de namoro onde tudo é magico, onde não se pensa em nada de mal, enfim, vivemos na Lua. Hoje não sei o que é me chatear porque vivo mais calmo e com mais alegria e talvez por isso tenha a capacidade de reflectir mais sobre os assuntos que antes ali fechado explodia logo. Posso dizer que é verdade então...cada animal no seu habitat. Não nasci para estar fechado e preciso do meu ar, do meu espaço, de estar em casa e ao mesmo tempo na rua. Quanto à Vera, ou melhor, eu gosto mais de Vera mas por habito chamo sempre Susana, ela é talvez a rapariga que estava destinada a mim em prejuízo de outros, e não me vejo hoje a prosseguir o resto dos meus dias sem a companhia dela. Cheguei a um ponto que dou ainda mais valor ao que é meu, ao que consegui ter, ao que ainda virei a ter e esta vida não tem sentido se não tivermos por trás um suporte forte em casa. Sei que conto com ela para me ajudar para cuidar da minha filha e o mais importante...posso acreditar nela e por isso estar descansado. A Vera é uma pessoa dócil, meiga e muito alegre. Para ela os problemas não existem porque é muito positiva, não perde tempo a pensar em coisas negativas o que contrabalança comigo e me apoia nesse caso. Cada dia que olho para o espelho digo para mim mesmo..."tens uma sorte pá com a mulher que tens.."

- Ó vá lá, escreve la no blogue alguma coisa.
- É pá que chata que és. Olha vê se me vais tirar um café que já jantei.

Vivíamos no T2
As chatices eram demais
Escolhemos então os dois
A casa em Marinhais.

Mudámos em Dezembro
O Natal estava à porta
4 meses depois
Tínhamos a nossa horta

O jardim também foi feito
Com árvores relva e flores
Foste a musa inspiradora
Andei cheio de dores.

No jardim da nossa casa
A relva ganhou raízes
Com a nossa Daniela
Hoje somos felizes

Tanto como na relva
Como nos dias da nossa vidinha
As raízes serão fortes
Adoro-te... Verinha.

- Toma lá o café. Eu a ti faço-te sempre tudo. Bem podias escrever qualquer coisa.
- Amanha agora vai dar o Benfica. AU...bolas... já te disse que não gosto do café a escaldar.

O importante é que gostamos muito um do outro e mesmo pequenas discussões a nada levam. Temos os nossos feitios mas o importante é que cada casal saiba se moldar um ao outro. Nós, fizemos isso, talvez ela se tenha moldado mais do que eu mas que importa?...ela é feliz ao meu lado e eu também.