segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Ciclo da Gota.


…de entre inúmeros lugares para cair, embateu na folha verde da flor do jardim. Não caiu de imediato, antes disso, escorregando no sentido da folha para o caule, ela pode sentir a textura da fina folha. Sentiu-lhe cada veio que a atravessava de um lado para o outro, os veios que se ligavam entre eles numa só direcção ao caule, à haste que absorvia o alimento da terra.

E era nessa direcção que a nossa gotinha se dirigia. Deslizou até à haste, percorreu-a em seguida em sentido descendente até se alojar na superfície da terra. Aí junto à fronteira entre a luz do dia e o escuro do baixo solo, ela sabia que tinha desempenhado a primeira parte, faltando agora a última; alimentar a raiz da planta.

Já entre as raízes, alimentando-as liquidamente; sabia que a fase seguinte seria igual à última vez. O caminho era igual, subiria de novo ao seu lar para mais tarde cair noutro lado, ou quem sabe no mesmo local. Hipótese muito remota; tinha as antigas experiências o confirmado.

E o mesmo se passa no nosso mar da vida, caímos, regamos as vidas de outras pessoas, alimentamo-las e mais tarde deixamo-las. Quero acreditar que o ciclo da nossa vida seja igual ao da nossa gota, com uma excepção, era bom que caíssemos no mesmo local, na mesma flor, alimentando-a sempre até à sua máxima esperança de vida. Não é importante manter o nosso jardim?

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