Quem não gostaria de morar num Castelo, nem que fosse por apenas um ano, 6 meses, um mês ou mesmo uns dias. Eu gostava. Gostava de experimentar o sabor que a realeza saboreou lá muitos anos atrás. Sim, muitos anos atrás, não falo destes Reis de agora, mas sim dos antigos.
Gostava de sentir o que sentiam os grandes Nobres, a sua alteza sobre os mais fracos, sentir o que sentiam quando se divertiam com o “Bobo” da corte, saborear a dízima e escorraçar os que fugiam a ela. Gostava que por momentos, alguém se ajoelhasse perante mim e beijasse a minha mão.
Gostava de sentir a humilhação criada por mim e infligida nos mais oprimidos, gostava de dar grandes banquetes para todos os chegados e no fim deitar os ossos ao lixo, e rir-me que nem um perdido ao ver os famintos que nem cães a roer os restos de carne. Esses restos deixados, são restos que ficavam porque em cima da mesa havia tanta carne, que nem sequer nos dávamos ao trabalho de os limpar bem.
Quando precisasse de sair do Castelo seria transportado numa luxuosa carroça puxada por esbeltos cavalos, passaria ao lado dos “pés rapados” que caminhavam sem calçado. Que bom que seria… viver num ano qualquer do século XIX ou XV, ou um à vossa escolha. Dizem vocês; “Sempre a pensar na grandeza”…muito pelo contrário.
Gostava de sentir na pele estes sentimentos, para distinguir se o que sinto pelas pessoas seria o mesmo que muitos Reis e Nobres do antigamente, e se mudando o nome ao Titulo mudou alguma coisa! Hum…tenho dúvidas. Mas o que leva uma pessoa a tratar mal a outra? Essa pessoa não é feita da mesma matéria da que vai ser atingida? A que atinge não sente o mesmo se fosse o contrário? Que raio de ideia em tentar exterminar o que somos, quando exterminamos um igual? Não precisamos dele? Não aprendemos com ele?
Penso que nem foi preciso e retiro o que disse; “ Não gostava de sentir nada disto”. Só foi preciso escrever e pensar, como são repugnáveis certos comportamentos. Foi assim nos anos 14… (ups, não consigo escrever o ano) …14… (não consigo, o teclado está encravado).
(o teclado está a escrever sozinho) …“Hoje em 2010, o mesmo se passa, mas com outro nome, outros personagens e os mesmos “pés rapados”. Outros figurantes entraram na cena mas os realizadores são os mesmos; parece que herdaram os mesmos pergaminhos. Queres entrar na peça?”
Não! Não quero entrar na peça, não quero ser mais um Rei, recuso-me a pertencer aos que mal tratam um igual a mim.
(de novo o teclado) …“Então serás um “pé rapado ou um figurante”
Sabem o que devemos fazer perante isto? Desligar o Computador e não ouvir estas baboseiras que me quer impingir. Vou ser sempre eu e nunca o que querem que eu seja!
“Shut Down”
Fizeste-me lembrar o "sonho de ser princesa" pelo qual todas as raparigas passam.
ResponderEliminarA minha sobrinha, com 6 anos, de vez em quando quer ser a Princesa Rapunzel! Tem os cabelos encaracolados mas almeja um dia ter os cabelos lisos e compridos da Titi...
Outras vezes diz querer ser a Princesa da Ervilha... a tal que, por debaixo de milhares de colchões não dormiu por sentir uma ervilha lá colocada...
Mundo de sonho onde os príncipes e as princesas têm sempre um final feliz... onde o povo está sempre feliz, sempre a celebrar os intermináveis casamentos reais, as festas, o cavalo branco...
Que bom ser criança e querer ser princesa assim...
um anjo