segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Todos nós temos um mar dentro de nós. E ninguém, repito, e ninguém, tem as suas águas límpidas por completo. Alguns bem tentam esconder o sujo, o cheiro a podre de que essa água emana, e assim vão pensando, que conseguem controlar o cheiro que vai chegando aos nossos narizes como facas olfactivas. Mas nem tudo é mau, pois onde acaba a podridão começa o azul do mar, aquela água azul incolor.

E é esse tom de água, essa água límpida e sem quaisquer lixo que todos procuramos ter em maior quantidade por metros cúbicos. E queremos que ele se estenda até a uma linha imaginária, uma linha que ninguém consiga atingir, uma linha bem lá no fundo onde a nossa própria visão começa de novo a perder a linha de raciocínio, onde tudo é belo mas não controlado pela nossa razão! Querer ver para lá do que é impossível, tornando-nos focados apenas nisso, vai deixando que pouco a pouco nos deixemos de focar na porcaria que está bem ao nosso lado.

Então o que há fazer é apenas conseguir viver dentro daquilo que é nosso, tentando sim limpar o máximo que possamos e vivermos dentro de um padrão de qualidade residual. Não te importes com as águas mais impróprias porque a Natureza conseguiu uma solução a que todos nós chamamos de marés (cheia e vazia) e por isso, o que hoje te parece sujo e imundo, amanhã será um paraíso.

Mas nunca deixes que o teu trabalho de casa seja sempre salvaguardado pela mãe Natureza, porque passando ela por senhora de limpeza, nunca passará disso, pois a casa é tua!

(Foto de Mafalda Duarte)

Paulo Cadeiras 2-12-2011

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