segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E é quando estou “EM BAIXO” que dou mais valor a actos, a palavras, sentimentos de tristeza ou felicidade. Também é quando consigo ver melhor depois da fúria — intempestiva que me distorce o pensamento e me cega a visão de uns olhos sempre atentos — se vai e de novo entro em mim.

São momentos, bem sei! Circunstância que todos temos de encarar como benéficas, pois sem elas é como a nossa mente navegasse sempre num mar calmo. E isso não existe! Hoje estou num mar em que não dá tréguas ao meu barco! Mas eu vou lidar com ele e leva-lo a bom porto.

Mas sabem porque realcei o “EM BAIXO”?

Porque nunca devemos estar “POR BAIXO”, nunca entregar-nos ao facilitismo do desistir, do esmorecer, no cairmos na monotonia do pensamento. Estar sempre a tento a estas quedas repentinas porque a vitória sobre ela será sempre nossa, quando a encaramos não como adversária mas sim com o qual podemos aprender.

Eu gosto das minhas tempestades e com elas já aprendi muitos truques em alto mar!

(Foto Google Imagens)
Paulo Cadeiras 5-12-2011
Ergues muralhas ou barreiras à tua volta por duas razões. Uma, por teres medo de algo ou de alguém e não quereres sofrer com isso, logo, ergueste-as pela segurança que te transmitem. A outra, pela simples razão de não quereres partilhar o teu espaço, de não quereres que invadam o teu território, a tua vida.
Mas se repararmos bem, a quando da primeira pedra que colocaste na formação da muralha, foi aí que começou a não invasão mas sim a separação! Não deixes que uma simples pedra sobre pedra te faça deixar de acreditar no teu valor.
Como podes tu, estando por trás de uma enorme barreira, mostrar o que sentes por quem deixas cá fora? E sendo essas barreiras apenas de protecção, mesmo assim, como queres que alguém mude de opinião sobre ti, pois continuas escondida atrás dessa barreira intransponível...mesmo que invisível! Paulo Cadeiras.
Todos nós temos um mar dentro de nós. E ninguém, repito, e ninguém, tem as suas águas límpidas por completo. Alguns bem tentam esconder o sujo, o cheiro a podre de que essa água emana, e assim vão pensando, que conseguem controlar o cheiro que vai chegando aos nossos narizes como facas olfactivas. Mas nem tudo é mau, pois onde acaba a podridão começa o azul do mar, aquela água azul incolor.

E é esse tom de água, essa água límpida e sem quaisquer lixo que todos procuramos ter em maior quantidade por metros cúbicos. E queremos que ele se estenda até a uma linha imaginária, uma linha que ninguém consiga atingir, uma linha bem lá no fundo onde a nossa própria visão começa de novo a perder a linha de raciocínio, onde tudo é belo mas não controlado pela nossa razão! Querer ver para lá do que é impossível, tornando-nos focados apenas nisso, vai deixando que pouco a pouco nos deixemos de focar na porcaria que está bem ao nosso lado.

Então o que há fazer é apenas conseguir viver dentro daquilo que é nosso, tentando sim limpar o máximo que possamos e vivermos dentro de um padrão de qualidade residual. Não te importes com as águas mais impróprias porque a Natureza conseguiu uma solução a que todos nós chamamos de marés (cheia e vazia) e por isso, o que hoje te parece sujo e imundo, amanhã será um paraíso.

Mas nunca deixes que o teu trabalho de casa seja sempre salvaguardado pela mãe Natureza, porque passando ela por senhora de limpeza, nunca passará disso, pois a casa é tua!

(Foto de Mafalda Duarte)

Paulo Cadeiras 2-12-2011