Estou gelada
Coração ameno, mas não quente
Bombeia a custo, o sangue que invade as minhas veias
Que percorrem cada centímetro do meu ser.
Queria uma janela nova, com vidros!
Não! Não posso continuar assim
Não quero viver assim
Não quero ser um iceberg
Quero chegar à janela e olhar lá para fora
Tocar nela sem colocar a mão de fora
Queria uma janela nova, com vidros!
Não sei quem os quebrou
Se eu, ou ele
Se nós ou eles
Pouco importa, agora que estou só
Aqui, fechada e gelada
E apenas o que queria
Era uma janela nova, com vidros!
Sei agora, que…
As lágrimas que deixei cair por ele foram em vão
Os gritos de dor que entoei foram apenas desabafos
As noites sem dormir foram horas perdidas
O cheiro dele, o meu olfacto já não o sente
A minha memória também já não o reconhece
E apenas a única memória que tenho dele
É o frio, o gelo, a rigidez deste tempo
Que me impôs…ou me impus a ele!
Não! Vou aquecer de novo o meu coração
Vou entregar este iceberg a quem o queira derreter
A quem o queira diluir
Porque na minha janela sem vidros ninguém vai tocar!
Eu gosto dela assim!
Não é um vidro que faz separar a fronteira do interior para o exterior, mas sim o medo que tens em ultrapassa-la, em quebra-la!
(Foto de Mafalda Duarte)
Paulo Cadeiras 16-11-2011
Paulo Cadeiras 16-11-2011
A janela que não separa o frio do calor, deixa entrar o que é para nós de bom e mau, que nos faz bem e não... por isso, ainda que não toquem, prefiro conseguir fechá-la ou mantê-la aberta na busca incessante da minha própria diferença!
ResponderEliminarum anjo
Mas neste caso, a janela já tinha os vidros partidos. Alguém os tinha partido...
ResponderEliminar