Ventos Demolidores.

Estava há pouco a ver a rega e o raio do vento que se faz sentir por estes dias, deambulando de um lado para o outro levava-me os jactos da água para parte incerta. Umas vezes para fora do rumo estabelecido por mim, pela fronteira imposta por mim. Outras vezes a água nem sequer chegava ao mesmo limite por mim estabelecido.

E é assim no dia-a-dia de todos nós; umas vezes conseguimos alcançar as nossas metas e outras nem por isso. Há vezes que chegamos à fronteira que nos marcaram e outras nem perto. Resumindo; há sempre quem nos queira desviar do nosso destino.

São essas forças demolidoras que atravessam o nosso caminho e que por vezes nos retiram do plano por nós estabelecido, não nos deixam continuar e tentam levar-nos para outras bandas, para fora da fronteira, entrando nas terras (vidas) alheias.

É esse o perigo destes ventos, não tanto o não deixarem que cheguemos à fronteira, mas que a transponhamos para o outro lado, quando não temos permissão para tal. Atravessam-se no nosso caminho como quem tenha direito adquirido a isso, empurram-nos em sentido contrário, entram nas nossas vidas sem permissão e no fim; deixam um vendaval nas nossas vidas.

Mas dizia eu que a água tanto caia num lado como noutro e o que fiz eu? Lá ia eu manobrar a direcção até encontrar um ponto de equilíbrio. Chegava um pouco mais para a direita outras para a esquerda, levantava ou baixava o fluxo da água conforme o vento soprava. Tentei então contornar as vicissitudes daquele vento, daquele chamamento ao meu desespero e desistir de o enfrentar.

Se bem me lembro; nada na vida é fácil e tudo se torna fácil a quem nos queira tirar do rumo certo. Pior ainda; quando nos invadem e nos fazem invadir a vida de alheios. Só nos resta fazer como eu há pouco, não desistir e manobrar as nossas orientações a cada desafio que nos lançam.

Disse desafio mas deveria ter dito provocação…