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Pedra que o homem retirou do solo
No solo que a manteve vários anos
E num estado bruto a reteve entre si
Presa, apertada, ou talvez cuidando dela,
Como se ela pertencesse a si.
Talhada de várias formas
Nas mãos do homem foi modificada
E para várias formas ela servirá
Mas ela era apenas uma pedra em estado bruto!
Guardada no meio da terra, da Terra.
Ninguém lhe perguntou se queria sair
Se queria hoje ser divisível de várias maneiras
Mas pela mão do homem, ainda que dividida em várias formas
Da invisibilidade do seu estado bruto
Passou à visibilidade num estado abrupto.
Também fazemos o mesmo na pedra que temos dentro de nós, uma pedra de cor avermelhada a que chamamos coração. Também o descobrimos e redescobrimos várias vezes, também o mantemos dentro de nós vários anos mas nem sempre o trabalhamos da melhor maneira.
Talhamo-lo e por vezes ao ponto de o dividir. Se ele ao menos pudesse falar!
Mas ele não precisa saber falar, nós é que devemos aprender a escutar!
Podemos até tratar dele como uma pedra, dividi-lo, por vezes rasgos nunca mais apagados, cicatrizes feitas no invisível que por mais anos que passem ficarão sempre visíveis.
E só por isso, como uma pedra em bruto que precisa de ser trabalhada pela mão do homem, também o coração precisa de o ser…mas de uma maneira.
Não talhes o coração até o dividires; lapida-o gentilmente conforme ele te peça…até teres uma Bela Peça!
Paulo Cadeiras em 17-02-2011.
Ainda que por vezes fosse imprescindível lapidar o coração, tem alturas em que a Vida o rasga de um lado ao outro, deixando de fora, toda a mágoa, toda a dor e saudade que um dia cuidamos para que não fosse real...
ResponderEliminarum anjo